Mulheres negras acadêmicas: preconceito, discriminação e estratégias de enfrentamento em uma universidade

Dados indicam que atualmente as mulheres compõe o maior número de ingressantes no ensino superior. Apesar da melhoria de acesso, diversos desafios se mantém presente na trajetória acadêmica, sobretudo quando considerados os marcadores raciais. Neste #OutubroRosa destacamos a importância de refletir sobre a saúde mental das mulheres pretas e pardas em todos os contextos sociais.

Em artigo publicado na revista Interfaces Brasil/Canadá, Bruna Lanzoni Munoz, Gisela Lays dos Santos Oliveira e Alessandro de Oliveira dos Santos, integrantes do grupo de pesquisa Psicologia e Relações Étnico-Raciais do IPUSP, discorrem sobre as experiências vividas por mulheres negras estudantes de uma universidade pública brasileira.

De acordo com excerto “Constatou-se que a concepção de ser mulher negra envolve necessariamente o desafio de construir uma autoimagem e uma identidade positivas e uma perspectiva de resistência. O preconceito e discriminação na universidade manifestaram-se por meio de experiências que indicam hostilidade, rejeição e impedimentos.

O estudo aponta ainda, os recursos de enfrentamento utilizados por essas estudantes frente a essas violências simbólicas “As estratégias de enfrentamento do preconceito e da discriminação, por sua vez, envolvem o apoio da família, o envolvimento com a estética, a religiosidade e a ancestralidade de matriz africana e a participação em coletivos organizados de estudantes negros dentro da universidade”.

O artigo na íntegra está disponível no site da revista.

Integrante do grupo de pesquisa: Psicologia e relações Étnico-Raciais, Gabriel Siqueira, disserta sobre noções de bem viver latino-americanas

Integrante do grupo de pesquisa Psicologia e relações Étnico-Raciais, Gabriel Siqueira, fará a defesa de sua dissertação: Noções de bem viver latino-americanas na perspectiva da psicologia: uma revisão de escopo (resumo abaixo). A apresentação ocorrerá remotamente no 19 de Outubro de 2020, com início às 15:00h (horário de Brasília, GMT-3). Interessados em assistir podem entrar em contato através do e-mail: bemviverusp@gmail.com.

Breve Resumo do Trabalho:

Há décadas, alternativas às noções eurocêntricas de bem-estar têm sido discutidas por muitos povos na América Latina, resultando, entre outros fatores, em um conjunto de ideias agrupadas como noções de bem viver. Em linhas gerais, as noções de bem viver latino-americanas formam um conjunto heterogêneo de ideias, em construção, que apresentam em comum propostas de bem-estar coletivo, baseadas em cosmovisões de povos indígenas deste continente, envolvendo relações comunitárias com um território. O objetivo desta pesquisa é apresentar um panorama da produção científica sobre o conhecimento relacionado às noções de bem viver latino-americanas no campo psi (Psicologia, Psicanálise, Psicologia Social). O eixo condutor é a investigação de tais noções e das possíveis contribuições deste conhecimento para o campo da Psicologia Social. Para tanto, foi realizada uma revisão de escopo, um tipo de síntese de conhecimento que segue uma abordagem sistemática para mapear evidências sobre um tópico e identificar as principais ideias, teorias e lacunas no conhecimento de determinado campo.