
O pesquisador Carlos Vinicius Gomes Melo apresentou o trabalho “Compreendendo as Necessidades Psicossociais dos Estudantes Negros no Ensino Superior” no Congresso de Pós-doutorandos da Universidade de São Paulo.
Com o tema “Papel e Perspectivas dos Pós-Docs no Brasil”, o Congresso de Pós-Doutorandos da USP divulgou, durante o período de 17 a 19 de outubro, os relevantes trabalhos realizados na Universidade e seus impactos para o avanço de todas as áreas de pesquisa e de transformação social.
No evento, Carlos Vinicius Gomes Melo apresentou sua pesquisa, que se concentrou no bem-estar e na experiência acadêmica de estudantes universitários negros, com ênfase nos alunos da USP. Suas principais descobertas revelaram um ambiente universitário pouco acolhedor para esses estudantes, com o racismo impactando negativamente sua qualidade de vida acadêmica. Além disso, a pesquisa mostrou que uma parcela significativa dos participantes (44% de uma amostra de 634 estudantes da USP – entre negros, brancos, amarelos e indígenas) foi diagnosticada com distúrbios mentais em 2020.
A pesquisa também destacou o papel fundamental dos coletivos estudantis como uma rede de apoio vital para enfrentar desafios como o preconceito étnico-racial e a desigualdade. Por outro lado, a infraestrutura de apoio psicossocial nas universidades no Brasil enfrenta desafios em termos de recursos e carga de trabalho, o que ressalta a necessidade de alinhar as práticas com as tendências globais de monitoramento e avaliação, levando em consideração as necessidades específicas dos estudantes.
Como recomendações, o pesquisador enfatizou a importância de melhorar a qualidade de vida acadêmica dos estudantes negros, incluindo medidas como garantir segurança financeira, construir relações sociais confiáveis e combater efetivamente o preconceito. Além disso, o incentivo ao letramento em relações étnico-raciais e a letramento em saúde foram considerados passos essenciais para abordar essas questões.